Poorest classes (in)visibility in the city through the prism of the Paulistas cortiços in Brazil
(In)visibilité des classes pauvres en ville par le prisme des cortiços paulistes au Brésil
(In)visibilidade das camadas pobres na cidade pelo prisma dos cortiços paulistanos no Brasil
Résumé
Referring to the Brazilian poorest classes housing topic, the automatism frequently is to think about the favela, urban image which belongs to the Brazilian urban landscape settled in the collective imaginary (or created by Medias and political discourses).
Far from saying that the issues about the favela’s topic have been exhaustively studied by social science research, it seems interesting to study others popular modes of living which are present in large Brazilian cities, among them, the cortiço one.
This article will try to propose, not a precise and finished cortiço’s definition [too hard to do for various reasons] but rather a presentation of this housing by the cortiços’ study of a central neighborhood of São Paulo city: Bela Vista. After the cortiço’s urban reality contextualization, will be underlined, with two steps : its “invisibility” both at the building, in the physical sense so, of its inscription in the city urban landscape and at lesser scale in the neighborhood landscape, both at the figurative sense by the own cortiço’s economy organization. For this purpose, the notion of “regime of visibility” will be borrowed to Lévy and Lussault, enhancing the specificities of this mode of housing that is the cortiço.
En évoquant le thème du logement des classes les plus pauvres du Brésil, l’automatisme est souvent celui de penser à la favela, image urbaine faisant partie du paysage urbain brésilien ancré dans l’imaginaire collectif (ou crée par les médias et les discours politiques notamment).
Sans dire que les problématiques liées au thème de la favela aient été épuisées par les recherches en sciences sociales, il apparaît intéressant d’étudier d’autres formes d’habitat populaire se développant dans les grandes villes brésiliennes, parmi elles, le cortiço.
Cet article s’appliquera à proposer non pas une définition précise et finie du cortiço, [cela serait bien difficile] mais plutôt une présentation de cet habitat, par l’étude des cortiços d’un quartier du centre de la ville de São Paulo : Bela Vista. Après une mise en contexte de la réalité urbaine du cortiço, il s’agira de souligner en deux temps, son « invisibilité » tant à l’échelle du bâti même, au sens physique donc, de l’inscription dans le paysage urbain de la ville et à moindre échelle du quartier ; mais aussi au sens figuré du terme de par l’organisation même de l’économie d’un cortiço. Sera empruntée, pour ce faire, la notion de « régime de visibilité » à Lévy et Lussault, en soulignant les spécificités de ce mode d’habiter qu’est le cortiço.
Ao evocar o tema da moradia das camadas as mais pobres do Brasil, a ideia mais recorrida é, muitas vezes, a de pensar na favela, imagem urbana formando parte da paisagem urbana brasileira ancorada no imaginário coletivo (ou criado pela mídia e pelos discursos políticos).
Sem querer dizer que as problemáticas ligadas ao tema da favela tenham sido esgotadas pelas pesquisas em ciências sociais, também nos parece interessante estudar outras formas de moradia popular que se desenvolvem nas grandes cidades brasileiras, dentre as quais, o cortiço.
Esse artigo não tentará propor, uma definição precisa e terminada do cortiço, [que seria bem dificil] mas uma apresentação dessa moradia pelo estudo dos cortiços de um bairro do centro da cidade de São Paulo : Bela Vista. Após uma contextualização da realidade urbana do cortiço, tentaremos enfatiza-lo em dois tempos, o da sua “invisibilidade” tanto na escala do construído, no sentido físico então, da sua inscrição na paisagem urbana da cidade quanto na escala menor do bairro ; mas também o do sentido figurado do termo pela organização própria da economia do cortiço. Para isso emprestamos a noção de « regime de visibilidade » de Lévy e Lussault, enfatizando as especificidades daquele modo de morar que é o cortiço.