Resiliência dos sistemas indígenas de agricultura itinerante em contexto de urbanização no noroeste da Amazônia brasileira - Archive ouverte HAL Accéder directement au contenu
Article Dans Une Revue Confins - Revue franco-brésilienne de géographie/Revista franco-brasileira de geografia Année : 2008

Resiliência dos sistemas indígenas de agricultura itinerante em contexto de urbanização no noroeste da Amazônia brasileira

Résumé

This article evaluates the agroeconomical grounds and territorial practices for the resilience of indigenous swidden agriculture systems, taking into account transformations due to rapid urbanization of the Amazon, especially the changes in natural resources ownership. Using the periurban area of a small town in central Amazonia (Brazil) as an example, space-time differentiation of the three main crop systems after slash-and-burn is analyzed, and their agroeconomic results are compared. Data were obtained from a study of landscape dynamics and from farm households through questionnaire survey interview following two sampling stages. Results show that all three crop systems are complementary in family production spaces and during the production process. Expansion of multistoried agroforest gardens areas took place due to specialization for the urban market, and especially due to strategies for land capitalization. But, due to competition for access over natural resources, the main strategy is spatial diversification of production units. Circular mobility allows the use of multi-sited production units which are divided into urban and forest areas. These multilocal territorialities help maintaining the space and time complementarity among agroforestry systems, thus contributing to agroecological sustainability of the periurban swidden agriculture. Resilience of indigenous multiple-use strategy of forest resource management suggests new alternatives for territorial planning in urban areas of Amazonia.
Cet article vise à analyser les facteurs agro-économiques et les territorialités qui expliquent une certaine résilience des systèmes de cultures amérindiens fondés sur l’abattis-brûlis face aux transformations associées à l’urbanisation en Amazonie, notamment avec les transformations des modalités locales d’appropriation des ressources naturelles. En prenant pour exemple une région périurbaine du nord-ouest amazonien, nous décrivons la répartition spatiale de trois systèmes de culture principaux, et comparons leurs performances agroéconomiques. Les données ont été obtenues grâce à l’analyse spatiale des dynamiques de paysage et par des enquêtes socioeconomiques menées auprès de familles d’agriculteurs, suivant deux échantillonnages. Les résultats montrent que les trois systèmes de cultures sont complémentaires au sein de l’exploitation agricole et au cours du processus de production. Dans la zone périurbaine, les logiques de capitalisation foncière et de spécialisation pour le marché se manifestent souvent par la conversion des friches en jardins-vergers pluristratifiés. Mais, face à la concurrence accrue pour l’accès aux ressources naturelles, la plupart des familles amérindiennes citadines optent pour la diversification spatiale de leurs unités de production. Les mobilités circulaires leur permettent d’entretenir plusieurs sites de production, répartis entre l’espace urbain, périurbain et forestier. En maintenant la complémentarité spatio-temporelle entre les systèmes agroforestiers, de telles territorialités en réseau concourent à la reproduction des capacités agro-écologiques de l’écosystème cultivé dans la zone périurbaine. La résilience des systèmes amérindiens de gestion des ressources forestières offre des perspectives pour l’aménagement des territoires urbanisés en Amazonie.
Este artigo identifica as bases agroeconômicas e as praticas territoriais que explicam a resiliência dos sistemas indígenas de agricultura itinerante em função das transformações ocorridas com a rápida urbanização da Amazônia, sobretudo com as mudanças das regras locais de apropriação dos recursos naturais. Utilizando o exemplo da zona periurbana de uma pequena cidade da Amazônia ocidental (Brasil), analisamos a diferenciação espaço-temporal dos três principais sistemas de cultivo após corte e queima, e comparamos seus resultados agroeconômicos. Os dados foram obtidos a partir da análise espacial das dinâmicas de paisagem e de um conjunto de entrevistas entrevistas com famílias de agricultores selecionadas através de uma dupla amostragem. Os resultados mostraram que os três modos de cultivo são complementares no espaço produtivo famíliar e durante o processo de produção. A expansão da surperficie das agroflorestas se deve a uma especialização para o mercado urbano, mas remete sobretudo a uma estratégia de capitalização fundiária. As unidades de produção multilocais se dividem entre os espaços urbanos e florestais, o que permite aliviar a concorrência para o acesso aos recursos naturais. As mobilidades circulares em rede propiciam manter a complementariedade entre os sistemas de cultivo, e assim contribuem para a sustentabilidade do agroecosistema perirubano. A resiliência dos sistemas indígenas de manejo dos recursos florestais em contexto de urbanização sugere novas alternativas para o desenvolvimento agrícola e para a conservação da biodiversidade na Amazônia.
Fichier principal
Vignette du fichier
confins-1332.pdf (977.28 Ko) Télécharger le fichier
Origine : Fichiers éditeurs autorisés sur une archive ouverte

Dates et versions

hal-00477750 , version 1 (22-08-2022)

Identifiants

Citer

Ludivine Eloy. Resiliência dos sistemas indígenas de agricultura itinerante em contexto de urbanização no noroeste da Amazônia brasileira. Confins - Revue franco-brésilienne de géographie/Revista franco-brasileira de geografia, 2008, 2, http://confins.revues.org/index1332.html. ⟨10.4000/confins.1332⟩. ⟨hal-00477750⟩
140 Consultations
7 Téléchargements

Altmetric

Partager

Gmail Facebook X LinkedIn More