Obediência alegre ou servidão liberal: Espinosa e a psicologia social, uma leitura do tratado poltico, capítulo X, parágrafo 8
Résumé
O objetivo desse artigo é destacar o que está em jogo num modo de governo pelo amor da liberdade, que tem uma certa atualidade nas democracias liberais. A questão do sentimento de liberdade como estratégia política no Tratado Político de Espinosa aparece como um problema ético. A primeira preocupação é aquela da estabilidade do Estado, e portanto, aquela da produção de obediência na sociedade civil. Porém, essa estabilidade é uma condição social e política para o desenvolvimento ético dos cidadãos. O sentimento da liberdade desempenha um duplo papel: o de um instrumento de dominação política pela manutenção da ilusão do livre arbítrio, e também a chave essencial do desenvolvimento da razão pelo imaginário do possível. Essa estratégia afetiva de governo espinosista pode entrar em resonância com a noção de «servidão liberal» do psicólogo social J.-L. Beauvois. O paralelo aparece como uma oportunidade de interrogar o texto de Espinosa e um aspecto fundamental da nossa vida política e afetiva.
Domaines
Sciences de l'Homme et Société
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